Território
Observando a sua história, verifica-se que, devido às condições naturais, económicas, sociais e culturais, Mafra é, desde há muito, local privilegiado para fixação das mais diversas populações.
A ocupação humana remonta ao Paleolítico, mas é após o fim da última Idade do Gelo que abundam os vestígios arqueológicos. A ocupação pré-romana encontra-se presente em elevações destacadas, como a Serra do Socorro (Enxara do Bispo) e o Cabeço de Alcainça (Igreja Nova). No período romano, Mafra situava-se na zona oeste do Município Olisiponense, constituindo a base de fornecimento de produtos agrícolas e materiais de construção. Da Idade Média e Moderna estão documentadas arqueologicamente diversas necrópoles, destacando-se Santo André.
Porém, é após o século XVIII – com a construção do “Real Edifício de Mafra”, um dos mais notáveis exemplares nacionais da arquitetura barroca e que congrega um palácio, basílica, convento, hospital monástico, jardim e tapada – que o Município de Mafra ganha um novo dinamismo, refletindo a dualidade profunda que virá a constituir a matriz cultural metropolitana: de um lado, a cultura erudita, produtora de obras imponentes, na linha da herança europeia; do outro, a cultura popular, com os seus artesãos tradicionais e gentes da lavoura, vivendo do cultivo dos campos e seus pomares e da pecuária, mas também marítima, com os homens do mar.
A modernidade trouxe novos modos de viver e de estar. No século XX, assistiu-se ao reforço do investimento na construção de infraestruturas que, numa primeira fase, se centraram em áreas de intervenção estruturais, tais como as acessibilidades e o ambiente.
Tal como no passado, Mafra continua a ser ponto de reunião e pólo de atração no contexto nacional e internacional: de um lado, a ligação à Estremadura; do outro, a ligação a Lisboa, Sintra e Cascais.
Na charneira das rotas comerciais de uma região rica e diversificada, o Município de Mafra ganha, no presente, uma nova dimensão e centralidade.