História
A Real Tapada de Mafra nasceu quase duas décadas após a sagração da Basílica do Palácio-Convento de Mafra. Foi em 1747, ainda no reinado de D. João V, mentor do Palácio, e tinha como finalidade proporcionar um adequado envolvimento verde e natural ao monumento barroco edificado na praça homónima ao Magnânimo. Além disso, a Tapada constituía-se de um caráter recreativo venatório para a realeza e permitia o fornecimento de lenhas e outros produtos ao Convento.
Desde o século XVIII até à Implantação da República, a Real Tapada de Mafra foi local privilegiado de lazer e caça dos monarcas portugueses, sendo nos reinados de D. Luís (1861-1899) e de D. Carlos (1899-1908) que conheceu o seu período áureo como parque de caça. Além do caráter lúdico, esta atividade permitia controlar a população animal, que tinha poucos predadores naturais. A nobreza também apreciava a caça por ser um mostruário do seu arsenal de armas e pela sensação de poderio face aos animais fisicamente mais fortes.
Segundo Alexandre Herculano, escritor e grande entusiasta do desenvolvimento agrícola do país, em 1843 a Tapada foi instituída em Granja Real, quinta-modelo para o desenvolvimento da agricultura, silvicultura e criação de cavalos. O projeto trouxe várias vantagens, não só pelos lucros do arrendamento, mas também pela melhoria das pastagens e aumento de camponeses.
Com a Implantação da República, cessaram os tempos de caça e lazer da monarquia e a Tapada deixou de ser "Real". A exemplo do Palácio Nacional de Mafra, em 1910 a Tapada adotou o nome de Tapada Nacional de Mafra.
Durante a I Guerra Mundial, o cobertor vegetal da Tapada foi destruído, o que gerou um aumento da preocupação com esta área florestal. Em 1939 foi elaborado um relatório expondo o pobre estado da população da Tapada e a necessidade dum repovoamento quase total. Em 1941, a Tapada passou a ser gerida com um maior sentido ambiental, sendo integrada no regime florestal total da Direcção-Geral dos Serviços Florestais e Aquícolas. A concessão passou por várias instituições, estando desde 1998 a cargo de uma Cooperativa de Interesse Público, na qual o Estado é sócio maioritário.