A tradição verifica-se sobretudo nas ruas da zona norte da vila da Ericeira e reflete hábitos ancestrais de uma terra dedicada ao mar e a formas de sustento familiar em épocas de carestia.
A raia seca continua a fazer parte da paisagem urbana da Ericeira, pendurada nos estendais, como se de roupa lavada se tratasse. Depois de amanhada e bem lavada, a raia passa por salmoura, antes de ser empilhada. Quando o sol brilha, é colocada à porta de casa para ir secando.
Tal como o bacalhau seco, há 1001 maneiras de confecionar este peixe. O mais comum é comê-lo cozido, mas os entendedores não dispensam uma boa raia alhada ou um pitéu de raia, sendo em qualquer dos casos um petisco de inegável qualidade.