Carrilhões de Mafra voltaram a tocar
Milhares de pessoas reuniram-se no Terreiro D. João V para assinalar o restauro dos carrilhões do Real Edifício de Mafra, que constituem o maior conjunto sineiro do século XVIII existente em todo o mundo. Do programa do concerto inaugural fez parte o Hino Nacional tocado pelo carrilhanista mafrense Francisco Gato, a estreia da peça “Requiescat in pace Bizarro”, interpretada pelo Grupo de Sineiros Levache, e ainda “As Quatro Estações”, executadas a quatro mãos pelo português Abel Chaves e pela belga Liesbeth Janssens.
Antecedendo o momento de celebração desta inconfundível sonoridade, que é singular expressão da música Barroca europeia, a cerimónia oficial integrou as intervenções da Ministra da Cultura, Graça Fonseca, e do Presidente da Câmara Municipal de Mafra, Hélder Sousa Silva.
Nesta ocasião, foi tornada pública a mensagem endereçada pelo Presidente do movimento de salvaguarda do património “Europa Nostra”, Maestro Placido Domingo, a qual foi lida pelo Professor Doutor Guilherme d’ Oliveira Martins, em nome do Centro Nacional de Cultura, que é o representante da “Europa Nostra” em Portugal.
A cerimónia incluiu, ainda, a bênção dos novos sinos pelo Cardeal Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente. A bênção iniciou-se com uma solene procissão, que saiu da Real Basílica. A cruz, que saiu na frente do cortejo, é um artefacto precioso, propriedade da Paróquia de Santo André de Mafra, em cristal de rocha e prata dourada. Esta cruz, classificada como tesouro nacional, está datada da primeira metade do século XIV, e foi utilizada na cerimónia de lançamento da primeira pedra do Real Edifício de Mafra, assim como na sagração, só sendo apresentada aos fiéis em ocasiões solenes, como esta.
