Notas biográficas dos artistas
A Terra Amarela é uma estrutura de criação artística fundada em abril de 2018, com direção do ator e encenador Marco Paiva. Da fundação da Terra Amarela fazem, ainda, parte um conjunto de artistas provenientes de diversas linguagens criativas, bem como outros profissionais ligados às práticas artísticas, culturais e sociais. O aparecimento da Terra Amarela responde à necessidade de criar um espaço de diálogo artístico, social e comunitário mais alargado, que possa dar continuidade ao trabalho que o diretor artístico Marco Paiva iniciou, no ano 2000, junto do projeto Crinabel Teatro, um grupo constituído por intérpretes com deficiência intelectual. A diversidade das parcerias já estabelecidas efetivam os objetivos traçados para a Terra Amarela: criar um espaço coletivo, que opere numa rede de parcerias artísticas multidisciplinares nacionais e internacionais, fomentando a diversidade, o acesso e a liberdade.
Marco Paiva | Encenador
Nasceu na Covilhã, a 30 de agosto de 1980. Licenciado em Teatro - Formação de Atores, pela Escola Superior de Teatro e Cinema. Concluiu, em 2008, o Curso Europeu de Aperfeiçoamento Teatral École Des Mêitres, dirigido pelo encenador brasileiro Enrique Diaz (CIA dos Atores). Pós-graduado em Empreendedorismo e Estudos da Cultura – Ramo de Gestão Cultural, no ISCTE, tem vindo a colaborar como ator e encenador em diversas estruturas, nomeadamente: o Teatro Nacional D. Maria II, Centro Dramático Nacional de Espanha, Mala Voadora, Comuna - Teatro de Pesquisa, O Bando, L.A.M.A – Laboratório de Artes e Media do Algarve, Culturgest, Casa da Música, Teatro Helena Sá e Costa, projeto Crinabel Teatro, entre outros. Trabalhou com os encenadores João Ricardo, João Mota, Emmanuel Demarcy-Mota, Enrique Diaz, Álvaro Correia, Jorge Andrade, Alex Cassal, Paula Diogo, Crista Alfaiate, Carla Maciel e André Murraças.
Em cinema trabalhou com Miguel Martí, Joaquim Leitão, João Pedro Rodrigues, Dinis Costa, Edgar Pêra, José Fonseca e Costa, Tiago Guedes, entre outros.
Fundou, em 2018, a Terra Amarela – Plataforma de Criação Artística Inclusiva, que desenvolve o seu trabalho em torno da cultura acessível e das práticas artísticas inclusivas. Colaborou, ainda, com a Faculdade de Motricidade Humana, Universidade Lusófona, IADE, Escola Superior de Educação e Escola profissional de Imagem, através da realização de seminários, coordenação de módulos e coordenação de estágios nas áreas do teatro, da educação pela arte e da mediação cultural.
Alex Cassal | Dramaturgo
Nasceu em Porto Alegre, no Brasil, em 1967.
Nos anos 80, foi um dos fundadores do Movimento de Grupos de Teatro de Rua de Porto Alegre, no qual contribuiu para a busca de novas diretrizes para a arte em espaços públicos, participando em grupos como "Ói Nóis Aqui Traveiz" e "Alcateia". Licenciou-se em História pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ. É encenador, dramaturgo e performer. Os seus trabalhos exploram a relação com o outro e o desvendamento dos mecanismos cénicos na criação de espaços de encontro e desafio artístico. Com Felipe Rocha fundou, no Rio de Janeiro, os "Foguetes Maravilha", grupo dedicado à construção de uma dramaturgia própria e singular, altamente colaborativa, em espetáculos como "Ele precisa começar" (2008), "Ninguém falou que seria fácil" (2011), "Mundo Maravilha" (2012, cocriação com os portugueses do Mundo Perfeito), "Síndrome de Chimpanzé" (2013) e "Mortos-vivos: uma ex- conferência" (2017).
Nestes mais de dez anos, os "Foguetes Maravilha" já se apresentaram por todo o território nacional e além, em teatros tradicionais, espaços alternativos e em festivais como Porto Alegre em Cena, FIAC (Salvador), FIT (São José do Rio Preto), Cena Contemporânea (Brasília), Cena Brasil Internacional (Rio de Janeiro), Materiais Diversos (Portugal) e METEOR (Noruega). Ainda no Brasil, colaborou com artistas como Alice Ripoll, Dani Lima, Renato Linhares, Enrique Diaz, Gustavo Ciríaco, Clara Kutner, Stella Rabello, Emanuel Aragão, Ricardo Chacal, Denise Stutz, Michelle Moura e o grupo Dimenti. Realizou com Alice Ripoll a curta-metragem de dança "Jornada ao umbigo do mundo" (2007), exibido em países como Brasil, Argentina, México, Cuba, Itália, EUA, Espanha, França, Bulgária, Portugal, Alemanha, Grécia, Canadá, China e Japão. Já ministrou centenas de formações e workshops na área das artes performativas e foi professor convidado em instituições como UniverCidade (Rio de Janeiro), Escola Superior de Teatro e Cinema (Lisboa) e Fórum Dança/ Programa Avançado de Criação em Artes Performativas (Lisboa).
Foi um dos programadores do V::E::R Encontro de Arte Viva, que em duas edições (Rio de Janeiro, 2005 e Liberdade MG, 2011) reuniu dezenas de artistas e criações das mais diversas disciplinas. Desde 2009, tem estabelecido colaborações com criadores portugueses como Paula Diogo, Cláudia Gaiolas, Tiago Rodrigues, Jorge Andrade, Marco Paiva, Márcia Lança e Sofia Dias & Vítor Roriz. Nos últimos anos, concebeu, escreveu e encenou os espetáculos As Cidades Invisíveis (2016), Tiranossauro Rex (2017), Ex-Zombies: uma Conferência (2018), A Menor Língua do Mundo (2019), Speed Date (2020), inFausto (2021) e Biblioteca do Fim do Mundo (2021), entre outros. Os textos Septeto Fatal e Tiranossauro Rex estão publicados em Portugal.
Paulo Azevedo | Ator
Nasceu em Coimbra, a 29 de outubro de 1981, sem mãos e sem pernas. Iniciou-se no teatro em 1990, em Pombal. Estudou jornalismo, na Universidade de Coimbra, tirou o Curso de Treinador de Futebol de Nível II, estagiou no Real Madrid e frequentou o curso de Representação em Televisão e Cinema, sob a orientação do ator e argumentista Tozé Martinho, na Universidade Lusíada de Lisboa. Foi protagonista de reportagens televisivas premiadas, como O Melhor Jogador do Mundo, da Sport TV e Uma Vida Normal, da SIC, que haveria de dar origem ao livro autobiográfico com o mesmo nome, em 2008 (4ª edição). Tornou-se no primeiro ator com deficiência na ficção televisiva portuguesa, quando participou na novela Podia Acabar o Mundo, da SIC, tendo sido eleito ator revelação. Participou em novelas da SIC e da RTP, protagonizou curtas-metragens exibidas em cinema, apresentou o programa Consigo, da RTP 2 e venceu o concurso televisivo Splash, da SIC. Como ator tem trabalhado com o Teatrão e a Terra Amarela.
Nuno Samora | Desenhador de Luz
Nasceu em Lisboa, em 1977. Como desenhador de luz, Nuno Samora é assistente da direção técnica no Teatro do Bairro Alto para a empresa de gestão de equipamentos culturais EGEAC. É licenciado em Teatro – Ramo de Produção, pela Escola Superior de Teatro e Cinema. Enquanto freelancer, é o responsável técnico e desenhador de luz do Teatro da Garagem e da Associação Cultural Terra Amarela. Já realizou trabalhos na maior parte dos teatros de Lisboa (Teatro Nacional D. Maria II, São Luiz Teatro Municipal, Teatro Estúdio Mário Viegas, Teatro Maria Matos, Teatro Camões, Teatro Villaret, Teatro Meridional), entre outros.
O seu percurso em teatro teve início em 1999, pelo Grupo de Teatro de Carnide, onde trabalhou com encenadores como João Ricardo, Paulo Ferreira, Ricardo Gajeiro, tendo desenvolvido trabalhos em vários ramos do teatro: Cenografia, Luz, Som, Direção de Cena e Produção Executiva.
Foi responsável Técnico na Comuna - Teatro de Pesquisa e colabora, regularmente, com a Companhia de Dança Contemporânea de Angola.
Trabalhou como desenhador de luz para a Associação Cultural Tenda Palhaços do Mundo, para a Produtora Sola do Sapato do ator e encenador Almeno Gonçalves, onde desempenhou funções de direção técnica e desenhador de luz e som.
O monólogo "O Tamanho das Coisas" é antecedido pela Oficina de Escrita Criativa "O Tamanho das Coisas", orientada pelo dramaturgo Alex Cassal.