Discurso do Presidente da Câmara Municipal de Mafra

Intervenção de Hélder Sousa Silva na Cerimónia de Instalação da Câmara Municipal de Mafra
Senhor Presidente da Assembleia Municipal,
Estimados colegas membros do Executivo Municipal,
Senhoras e Senhores Presidentes das Juntas e Uniões de Freguesia,
Senhoras e Senhores Membros da Assembleia Municipal,
Entidades civis, judiciais, militares e religiosas,
Digníssimos convidados,
Minhas senhoras e meus senhores,
Inicia-se hoje mais um ciclo político de quatro anos, sob a égide da responsabilidade.
E digo responsabilidade porque considero que os mafrenses nos conferiram um mandato claro e inequívoco na governação do Município de Mafra.
Os munícipes querem que se continue o trabalho que vem sendo desenvolvido desde há oito anos, com dedicação e afinco, com seriedade e rigor, com amor à terra e às suas gentes.
E nós estamos aqui para isso: trabalhar sem regatear esforços!
Quando olhamos para os resultados eleitorais na Área Metropolitana de Lisboa, verificamos que a responsabilidade é acrescida. Afinal, as equipas que tenho a honra de liderar receberam, no passado dia 26 de setembro, a votação mais expressiva, em termos percentuais, no contexto dos 18 municípios.
Tal constituiu, sem dúvida, uma manifestação de confiança, mas acima de tudo um grande estímulo para continuar a fazer ainda mais e melhor no próximo quadriénio.
Nesta oportunidade, quero sublinhar o importante papel que espero que a oposição desempenhe neste novo ciclo político.
Não tenho a pretensão, nem a veleidade de dizer que sabemos tudo e que fazemos tudo bem. Não, não digo nem penso assim!
Ouviremos, analisaremos e respeitaremos as propostas ou sugestões que a oposição venha a fazer durante este mandato. Já demos e daremos provas disso.
Não obstante, há um programa que foi maioritariamente sufragado pelos mafrenses. E é esse programa que, prioritariamente, vamos executar!
Senhor Presidente da Assembleia Municipal,
Minhas senhoras e meus senhores,
Gostaria de refletir convosco sobre aquele que é o ponto de partida deste mandato.
E para saber localizar esse ponto de partida, temos de olhar para o passado, para saber como aqui chegámos.
Começo por agradecer a todos os autarcas que comigo e connosco trabalharam nestes últimos quatro anos. As vitórias alcançadas são vossas e a vocês as devemos. Os mafrenses reconhecem e agradecem o serviço público que lhes prestaram!
Temos de ter a noção de que o Município de Mafra foi, na última década, o que mais cresceu na Área Metropolitana de Lisboa e o segundo do país.
Em 10 anos, mais 10 mil pessoas escolheram fixar residência no nosso Concelho. E porquê? – Faço a pergunta, mas respondo de imediato: porque consideraram que é aqui que têm as melhores condições para viver. Ninguém muda para pior!
Concorreram para esta atratividade territorial, de entre outros, os seguintes fatores:
• O posicionamento estratégico de Mafra no contexto da Área Metropolitana de Lisboa, a uns escassos 40 km da capital;
• A qualidade das vias rodoviárias e a disponibilização de um Passe Metropolitano, a custos reduzidos;
• As excelentes infraestruturas escolares, desportivas e de lazer;
• O acréscimo da oferta de emprego;
• A reduzida taxa de criminalidade, sendo Mafra um dos concelhos mais seguros do país;
• E, claro, as singularidades de um território que alia a praia ao campo, as tradições à gastronomia, conseguindo um bom equilíbrio entre os mundos urbano e rural.
Também temos de ter a noção que a notoriedade de Mafra, em termos nacionais e internacionais, aumentou consideravelmente na última década. Mafra abriu-se e mostrou-se ao mundo. E isso incrementou a sua exposição e atratividade.
Concorreram para este aumento da notoriedade, de entre outros, os seguintes fatores:
• A classificação do Real Edifício de Mafra como Património Mundial da UNESCO, para além da consagração da Ericeira como Reserva Mundial de Surf;
• A decisão de instalação em Mafra do Museu Nacional da Música e do Polo de Ciências Musicais da Universidade Nova de Lisboa;
• A requalificação do património musical – órgãos e carrilhões;
• O forte investimento na cultura, mantendo uma variada, rica e eclética agenda cultural;
• O posicionamento de Mafra como palco de grandes eventos nacionais e internacionais.
Também chegámos aqui depois de virar uma página na gestão da água e do saneamento no nosso Concelho. Se Mafra foi o primeiro Município a concessionar o serviço, foi igualmente o primeiro a fazer o resgate de concessão.
Sempre na defesa do superior interesse dos munícipes, recolocou-se nas mãos da Câmara a gestão de um bem essencial à vida, que é a água, reduzindo as tarifas e aumentando o investimento na renovação e ampliação das redes de água e saneamento.
Também chegámos aqui olhando para o território como um todo. Por isso, foi assegurado um avultado investimento em todas as freguesias.
Concorreram para esta visão, de entre outras, as seguintes intervenções:
• A construção de parques e jardins em várias localidades;
• A implementação do programa “Mafra Requalifica”, apoiando mais de 2.000 ações de reabilitação do património privado;
• A requalificação e ampliação da rede viária do nosso Concelho;
• E o plano municipal de apoio às forças de segurança.
Também chegámos aqui não deixando ninguém para trás. E esta forma de atuação foi particularmente evidente em tempo de pandemia, pois as nossas autarquias souberam reanalisar prioridades e assumir novas responsabilidades:
• Fomos os primeiros a cuidar da nossa gente, distribuindo máscaras e apelando ao seu uso;
• Fomos dos primeiros a fazer desinfeções massivas, com grande empenho por parte das nossas Juntas de Freguesia;
• Fomos dos primeiros a criar centros de testagem e a instalar Centros de Atendimento a Doentes com Covid (ADC);
• Fomos dos primeiros a instalar centros de vacinação.
Também não deixámos ninguém para trás na área social, tendo avaliado todas as situações que careceram de apoio social urgente. Levámos comida a casa, distribuímos milhares de vales refeição, apoiámos no arrendamento e atribuímos habitações em regime de arrendamento acessível a jovens do nosso Concelho.
Também não deixámos ninguém para trás ao apoiar os três corpos de bombeiros, as instituições sociais e o associativismo. Assim garantimos que a sua atividade não fosse posta em causa, num território que se orgulha do papel e do dinamismo da sociedade civil.
Fizemos o que devíamos, é certo, mas fizemos com profissionalismo, celeridade e, acima de tudo, transmitindo um sentimento de segurança aos nossos munícipes.
Senhor Presidente da Assembleia Municipal,
Minhas senhoras e meus senhores,
Após refletir sobre onde estamos, é tempo de partilhar para onde vamos.
Move-nos um objetivo fundamental, que é a promoção do bem-estar da comunidade.
A sua concretização depende de uma ação transversal e alargada, mas devidamente articulada, abrangendo todos os domínios de intervenção municipal.
Assim, neste que é o primeiro dia de quatro anos de gestão municipal, sublinho aqueles que, entre muitos outros, constituem projetos mais significativos, organizados por eixos.
No eixo da “equidade social”:
• Planeamos construir mais 92 salas de aula, de diferentes níveis de ensino, em vários locais do Concelho;
• Expandiremos a oferta de habitações para arrendamento acessível jovem;
• Alargaremos a rede de infraestruturas desportivas, a exemplo da Enxara do Bispo e do Milharado;
• Apoiaremos as IPSS que estão a iniciar, continuar ou terminar a construção de Lares de Idosos e Creches;
• Reforçaremos o apoio aos nossos Bombeiros, quer em termos de instalações, quer em termos de material.
No eixo da “sustentabilidade ambiental”:
• Continuaremos a renovar as redes de água e ampliar as redes de saneamento coletivo em várias localidades;
• Construiremos dezenas de quilómetros de passeios pedonais, contemplando todas as freguesias, de forma a garantir a segurança dos peões e a melhoria da mobilidade;
• Asseguraremos a manutenção da rede viária do nosso Concelho em bom estado de conservação, mas perspetivamos também a criação de novas variantes em locais de maior congestionamento, a exemplo da Malveira/ Venda do Pinheiro, Póvoa da Galega e Ericeira;
• Ampliaremos a rede de parques de estacionamento nos principais centros urbanos;
• Continuaremos a construir espaços de recreio e lazer em todas as nossas freguesias;
• E vamos cuidar do nosso ambiente e dos espaços naturais, em linha com o cumprimento dos Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pelas Nações Unidas.
No eixo da “prosperidade económica”:
• Vamos construir parques empresariais e apoiar a instalação de empresas no nosso Concelho, com o objetivo de aumentar a oferta de emprego e a fixação de mais negócios;
• Reabilitaremos os Mercados Municipais de Mafra e Ericeira;
• Concluiremos as requalificações da praia do Sul e do Matadouro;
• Daremos mais meios e condições às nossas Freguesias, através da delegação de competências, para que estas possam disponibilizar um serviço de maior proximidade e qualidade aos seus fregueses.
No eixo da “vitalidade cultural”:
• Vamos realizar as obras necessárias à instalação do Museu Nacional da Música e do Polo de Ciências Musicais, de acordo com o protocolo celebrado com o Governo;
• Requalificaremos edifícios municipais para instalar a biblioteca, o museu do pão e do barro e o centro de juventude;
• Recuperaremos o património, do forte de N. Sra. da Natividade, na Ericeira, e da Quinta de Sto. António, na Venda do Pinheiro, incluindo também o antigo edifício da Casa do Povo da Azueira, que acolherará o novo Centro Cultural.
A par dos projetos municipais, seremos cooperantes e exigentes na relação estabelecida com o Governo:
• Nas áreas que são da responsabilidade da administração central, continuaremos a pugnar para que sejam concretizados investimentos e projetos prementes, nomeadamente quanto à gestão integrada do conjunto que é Património Mundial da UNESCO, à recuperação do Porto de Pesca da Ericeira, à manutenção das estradas nacionais, bem como às áreas da segurança, educação e saúde, especialmente na resolução do problema permanente da falta de médicos de família;
• Quanto ao PRR - Plano de Recuperação e Resiliência, e ainda que não concordemos com a forma como foram estabelecidas as prioridades, iremos continuar a reivindicar o lugar que merecemos;
• Por último, e considerando que em breve discutiremos o próximo Quadro Comunitário e o Programa Operacional 2030, exigiremos um tratamento diferenciado no contexto de uma AML que tem assimetrias: se nem todos os municípios têm as mesmas receitas e o mesmo PIB per capita, então a distribuição de fundos não pode ser puramente “per equativa”.
Nestes e em muitos outros desígnios, conto com a força do trabalho em equipa:
• Da equipa do Executivo da Câmara Municipal, para que, conjugando o conhecimento da realidade local com competências multidisciplinares, saiba convergir na definição e na implementação das melhores soluções, com rigor, responsabilidade e criatividade;
• Da equipa da Assembleia Municipal para que, na senda do que tem acontecido até aqui, continue a suportar o Executivo da Câmara Municipal na concretização da estratégia local de desenvolvimento;
• Das 11 equipas das Juntas e Uniões de Freguesia, de forma a que, em permanente cooperação com a Câmara, sejam a primeira e efetiva resposta de proximidade e qualidade;
• Das equipas de trabalhadores da Câmara Municipal, dos SMAS, da Giatul e do Matadouro Regional de Mafra, que são, no seu conjunto, os servidores municipais e têm dado provas de que são muito profissionais, capazes e competentes;
• Das equipas das instituições e associações do nosso Concelho, de modo a que continuemos a estabelecer oportunas parcerias;
• Do Governo e da Administração Central do Estado, assim como de todas as instituições civis, militares, de segurança e religiosas, para reforçar e estreitar laços de cooperação virtuosos para todas as partes;
• E, muito importante, dos 86.523 munícipes. Contamos com cada um, porque o futuro do Concelho de Mafra é uma construção coletiva!
Juntos Fizemos, Fazemos e Faremos Acontecer!
Este é o compromisso. De todos e para todos!